O narrador e os ouvintes
Em tempos de mercado relativamente tranquilo, é muito comum se proliferarem comentaristas sobre investimentos em vários órgãos de imprensa, especialistas formados em administração que acham que sabem tudo do mundo, e que escrevem livros de auto-ajuda financeira, engraxates.... darem conselhos sobre investimentos.
Mas isso chega a ser engraçado, se esta TUDO indo bem, pra que você precisaria de alguém pra te dizer o que fazer, se até vender gelo no pólo norte"dá" certo?
...
O aumento na venda de livros com muitas "dicas" e poucos fundamentos, e a proliferação de revistas com pretensões fantásticas, e as capas das já existentes com o seu clássico sensacionalismo "fique rico na bolsa" não me deixam mentir. Alias, "fique rico fazendo tal coisa" é o que mais me irrita ler. Por quê alguém contaria isso para alguém se realmente soubesse como fazer? Sem entrar no mérito se existe uma fórmula para isso (se existir, provavelmente é reflexo de uma oportunidade momentânea) certamente se eu soubesse não contaria.
Todo esse universo que citei faz sentido, se existe demanda, existe oferta, se a demanda é totalmente ignorante no assunto, a oferta tenderá a ser igualmente ignorante, ou voltada para ignorantes, o que seria quase o mesmo. Pois o público demora até "filtrar" o que é bom do que é ruim.
O que não faz sentido - e alias, não sei se sinto complacência ou raiva - é os mesmos que antes se arvoravam a dar todo o tipo de conselho, agora se calam, ou estão dando conselhos piores.
A coisa mais engraçada que li nos últimos tempos foi..
"Em tempos de crise, o melhor é não fazer nada."
ok.. o cara colocou você dentro do Titanic e quando o barco começa a afundar, ele diz: "o melhor é não fazer nada".
Percebem? Seria engraçadissimo, se não fosse triste. O pior foi que vi esta frase de um orgão de imprensa conceituado, cujo comentarista econômico é bem conhecido.
Óbvio que disseminar o pânico não é a melhor das ideias, mas o narrador/escritor estava preocupado com quem ao dar conselhos anteriormente? no interesse do ouvinte/leitor? E agora está preocupado com quem?
Tudo bem, que não fazer nada pode te salvar de ter que realizar sérios prejuízos, uma posição perdedora pode se tornar uma posição vencedora com o tempo, mas isso é conselho? Na bonança, os conselhos não eram tão conservadores.
Moral da história: NÃO SIGA CONSELHOS.
Que fique bem claro que não quero dizer que você deve evitar correr riscos, longe disso, eu acredito pessoalmente em posição diametralmente oposta a essa, você deve buscar algum risco, a proporção dele é que se deve discutir (que em breve escreverei um post bem interessante sobre o assunto), mas seguir conselhos definitivamente não é uma boa, saiba que é você e seu dinheiro, você está sozinho, se você quebrar, você quebrou, e não o cara da corretora, da TV, do radio, da revista XYZ.
2 comentários:
Realmente, aqui na minha cidade por exemplo, jornais locais dão palavras pra alguns ecomomistas, que parecem ter despertado de um sono de mil anos rsss!!
Nada comtra aos economistas, porém muita gente acha q por possuir um título de graduação tem autoridade pra sair fazendo "análises de mesa de bar".
Nesta semana um jornalista debatia com um economista a ajuda aos bancos pelos governos em um programa de rádio e o "economista" disse: "não acho correto o governo americano ajudar os bancos não... eles já cobram tarifas demais da população" e o jornalista complementou: "Tem razão, era pra deixar todos quebrarem mesmo"
Cada um que aparece...
Gostei muito desse site.
Teria algum problema se eu 'linkasse' no meu?
Abraço!
André
http://theblackscholes.blogspot.com/
Tirando os casos claros de incompetência (e vale ressaltar que muitos dos que davam conselhos sobre finanças não são economistas), existem muitas vertentes de pensamentos econômicos.
Uns acreditam que o correto seria deixar as forças do livre mercado agirem, o os bancos quebrarem, e outros acreditam na intervenção.
A solução com menor custo social foi a escolhida.
Imagine no colapso mundial que aconteceria com a quebra de todo o Sistema Financeiro? Bancos grandes não quebram sozinhos.
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