Portabilidade Numérica: Consequências a longo-prazo
Portabilidade Numérica x Longo-Prazo: Promoções de ligações grátis ou com vantagens substanciais entre clientes de determinada operadora tendem a acabar ou se manter no longo-prazo?
Utilizo este post para expressar uma hipótese que imaginei, dado o comportamento dos consumidores, frente à recente portabilidade numérica e a acirrada disputa entre as teles (móveis) na captura de clientes, oferecendo para ligações gratuitas entre seus clientes por exemplo. Tal post segue o "formato" de um texto para discussão, refletindo um "rascunho" de idéias, aberto a contribuições e críticas.
Seria possível que as sucessivas promoções das operadoras de telefonia móvel podem causar um efeito sobre a concentração do setor? e também um sério efeito sobre as margens de lucratividade a longo-prazo? Aparentemente sim, devido à um problema inerente aos métodos utilizados.
Aos fatos!
Fato 1: Pode-se mudar de operadora facilmente, sem perda do número. (o que era antes um grande desincentivo à trocas frequentes de operadora)
Fato 2: Crescente oferta de promoções que visam fidelização em série.
Premissa: Grupos de pessoas conhecidas tendem a ligar mais entre sí do que para pessoas fora de seu convívio rotineiro, gerando incentivo para se unificarem em 1 único meio de comunicação (no caso, operadora de telefonia).
Os efeitos comentados abaixo são meras teorias do autor, podendo ou não refletir à realidade.
É um efeito estatístico, dado especialmente as vantagens entre clientes da mesma empresa em ligações que algumas operadores oferecem, pessoas que tem celulares da operadora X tendem a induzir involuntária ou voluntariamente seus amigos/colegas a ter celulares também da operadora X.
Efeito 2: Redução das ligações tarifadas (consequência a longo prazo)
É sabido que o grosso do volume de ligações, especialmente via serviço móvel, são entre pessoas que se conhecem, grupos de amigos, grupos de colegas, etc. Conforme entre estes grupos mais e mais pessoas compram celulares da mesma operadora menores são as receitas geradas pelas “infladas” tarifas de telefonia móvel, e isso é sugerido pelo método usado para conquista do cliente "aqui voce e seu amigo(a)/namorado(a) não pagam nada para falar", as pessoas tendem a se unir em "grupos" de consumidores, que tendem a ligar mais entre sí do que com pessoas "desconhecidas", ou seja, é eliminada uma importante fonte geradora de tarifas de telefonia. Até que ponto isso será mantido pelas empresas?
Tal efeito já ocorre a mais tempo, nos pacotes “corporativos” de telefonia, onde a concorrência é mais acirrada, mas acredito que esse mercado não seja tão grande quanto é o conjunto de todos os consumidores do varejo, portanto não possuindo sérios efeitos sobre as margens “gordas” que o varejo de telefonia tem no Brasil.
Uma consequência imediata: Contratos restritivos

Até antes mesmo desta guerra “quase” irracional de promoções (irracional no sentido de que, há um limite, não sendo aparentemente viável ser mantida indefinidamente) já existiam vários planos e estratégias das empresas em fidelizar à força os clientes: Aparelhos mais baratos para contratar o plano X por X meses, tarifas mais baratas para contratar o plano Y por Y meses (planos pós-pagos), e etc.
A política de concorrência com base no oferecimento deste tipo de vantagem parece ter um limite ate onde ser realizada, e consequentemente um fim. (Não dependente da vontade dos empresários, e sim um fim visível dado seu modelo de aplicação)


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