sábado, 4 de abril de 2009

Portabilidade Numérica: Consequências a longo-prazo


Portabilidade Numérica x Longo-Prazo: Promoções de ligações grátis ou com vantagens substanciais entre clientes de determinada operadora tendem a acabar ou se manter no longo-prazo?


Utilizo este post para expressar uma hipótese que imaginei, dado o comportamento dos consumidores, frente à recente portabilidade numérica e a acirrada disputa entre as teles (móveis) na captura de clientes, oferecendo para ligações gratuitas entre seus clientes por exemplo. Tal post segue o "formato" de um texto para discussão, refletindo um "rascunho" de idéias, aberto a contribuições e críticas.

Seria possível que as sucessivas promoções das operadoras de telefonia móvel podem causar um efeito sobre a concentração do setor? e também um sério efeito sobre as margens de lucratividade a longo-prazo? Aparentemente sim, devido à um problema inerente aos métodos utilizados.


Aos fatos!

Fato 1: Pode-se mudar de operadora facilmente, sem perda do número. (o que era antes um grande desincentivo à trocas frequentes de operadora)
Fato 2: Crescente oferta de promoções que visam fidelização em série.

Premissa
: Grupos de pessoas conhecidas tendem a ligar mais entre sí do que para pessoas fora de seu convívio rotineiro, gerando incentivo para se unificarem em 1 único meio de comunicação (no caso, operadora de telefonia).

Os efeitos comentados abaixo são meras teorias do autor, podendo ou não refletir à realidade.

Efeito 1: Concentração setorial (efeito esperado)

É um efeito estatístico, dado especialmente as vantagens entre clientes da mesma empresa em ligações que algumas operadores oferecem, pessoas que tem celulares da operadora X tendem a induzir involuntária ou voluntariamente seus amigos/colegas a ter celulares também da operadora X.


Efeito 2: Redução das ligações tarifadas (consequência a longo prazo)

É sabido que o grosso do volume de ligações, especialmente via serviço móvel, são entre pessoas que se conhecem, grupos de amigos, grupos de colegas, etc. Conforme entre estes grupos mais e mais pessoas compram celulares da mesma operadora menores são as receitas geradas pelas “infladas” tarifas de telefonia móvel, e isso é sugerido pelo método usado para conquista do cliente "aqui voce e seu amigo(a)/namorado(a) não pagam nada para falar", as pessoas tendem a se unir em "grupos" de consumidores, que tendem a ligar mais entre sí do que com pessoas "desconhecidas", ou seja, é eliminada uma importante fonte geradora de tarifas de telefonia. Até que ponto isso será mantido pelas empresas?

Tal efeito já ocorre a mais tempo, nos pacotes “corporativos” de telefonia, onde a concorrência é mais acirrada, mas acredito que esse mercado não seja tão grande quanto é o conjunto de todos os consumidores do varejo, portanto não possuindo sérios efeitos sobre as margens “gordas” que o varejo de telefonia tem no Brasil.


Uma consequência imediata: Contratos restritivos


Até antes mesmo desta guerra “quase” irracional de promoções (irracional no sentido de que, há um limite, não sendo aparentemente viável ser mantida indefinidamente) já existiam vários planos e estratégias das empresas em fidelizar à força os clientes: Aparelhos mais baratos para contratar o plano X por X meses, tarifas mais baratas para contratar o plano Y por Y meses (planos pós-pagos), e etc.

A política de concorrência com base no oferecimento deste tipo de vantagem parece ter um limite ate onde ser realizada, e consequentemente um fim. (Não dependente da vontade dos empresários, e sim um fim visível dado seu modelo de aplicação)



Caso Pessoal: Comprei um plano 3G da operadora WXYZ, pois me senti entusiasmado, dado que modem custava míseros R$ 30 (R$ 15 do modem e R$ 15 do chip). Já estava ciente que estava prestes a encarar um contrato de 12 meses, até então previsível. O imprevisível é a cia telefônica justificar o motivo do desconfortável contrato de 12 meses ser o enorme "desconto" dado na compra do modem, que custaria R$ 1500 sem o plano. É factível uma caixa de plástico, de aproximadamente 50gramas, sem display, sem nada, custar R$ 1500 (preço equivalente ao de vários modelos de celulares top de linha)? Obviamente que não, é o desespero por fidelização a qualquer custo.

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