sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Sparta Fundos - Resultados na crise

Sinceramente não ligo para os que falam que uma ferramenta estatística não pode ser usada para análise de um fundo, devido ao enorme número de variáveis, tampouco para os que pregam que determinados fundos não passam de sistemas fraudulentos de pirâmide, ponzi, etc.

Voltando ao assunto que todos tem adorado, o fundo Sparta, como falei anteriormente um admirador de seus resultados, porém, desde a análise tão criticada da situação "gráfica" do fundo, alertei para o fim - ao menos temporário - da era dos lucros gordos sem esforço, para os que acham que dinheiro speak itself, bem, alguns acho que descobriram que não é bem assim.



Se fosse um gráfico de um ativo simplesmente seria bem simples o "ato de pensar" no que está ocorrendo, já sendo um retorno de fundo se torna mais difícil entender profundamente, todavia, os resultados são os mesmos. Pode ocorrer que que simplesmente os gestores não estão conseguindo acertar o timming das operações com uma boa acurácia - como todo mundo hoje no mercado - e não existe milagre para evitar isso.

Gráficos refletem a realidade, embutem incerteza, medo, euforia. A análise gráfica do fundo (que na realidade é uma estimação estatística) do que até então vinha se apresentado apenas refletia a então realidade. E os resultados que o procederam, aparentemente também.... ou não? chart speak itself.


no free lunch.

2 comentários:

Anônimo 26 de janeiro de 2009 às 14:29  

Especulador Financeiro,

Pelo o que eu percebi em seus argumentos, espero que seja formado em Economia ou Estatística. Apesar de algumas opiniões postadas aqui, o ferramental matemático-estatístico é claramente uma boa fonte de informação.
No entanto, é preciso usar os modelos adequados de análise, todos desenvolvidos pela Teoria das Carteiras.
Em último caso, vou considerar que a sua observação voltava não só ao retorno, mas também à consistência dos resultados de um fundo, se volte à volatilidade por ele apresentada. Afinal, um investidor racional não quer apenas bons retornos, mas gostaria que esses retornos fossem o mais previsíveis possível.
Esse binômio risco-retorno é tratado por Markowitz e, mais tarde, por Sharpe. Juntos, eles chegam em um modelo, premiado pelo Nobel, conhecido como CAPM.

Em suma, temos que:
Re = Rf + B (Rm-Rf)
Tal que:
Re = retorno esperado de um ativo ou carteira de ativos diversificada
Rf = Retorno livre de rico (proxy SELIC)
Beta = Covariância (Carteira,Mercado)/ Var (Mercado)
Rm = Retorno do mercado (proxy Ibovespa - há ressalvas)
(Rm - Rf) = premio pelo risco

Assim, como vemos descrito pelo beta da equação, o CAPM prega que em um mercado eficiente, retornos maiores são conquistados a partir de riscos maiores. A avaliação de um fundo reside na superação desse binômio, ou seja, no fato de se conseguir, com um mesmo risco, maiores retornos, ou em se conseguir os mesmos retornos com menos riscos (leia-se volatilidade).
À habilidade (ou anomalia) de se conseguir retornos sem a contrapartida do risco é dada o nome de "seletividade", representada pelo indicador "Alpha Jensen":

Alpha = [Rf+B(Rm-Rf)] - Re

Outro indicador bastante usado para avaliação de carteiras é o Índice Sharpe:

Sharpe = (Re - Rf) / Desvio Padrão Fundo

O histórico de cotas, bem como o histórico do Ibovespa, pode ser encontrado no próprio site do Sparta. Aconselho a todos que façam seus próprios cálculos antes de formar sua opinião a respeito.
Pelos meus, o Sparta é pelo menos 2 vezes mais arriscado (leia-se desvio padrão duas vezes maior) do que a Bolsa, porém vem apresentando uma rentabilidade muito superior a essa.
É possível medir, de forma bastante simples e indutiva, não só a seletividade do fundo, mas também o seu timing, definido pela literatura como a capacidade do fundo em assumir maiores riscos em momentos de alta e de se proteger em momentos de queda, ou seja, de manipular o Beta da carteira.
Nesse aspecto o fundo também tem se destacado em relação a outros fundos.

É importante ressaltar, ainda, que nenhum indicador, sozinho ou em conjunto, substitui as observações feitas nos posts passados, em relação à análise qualitativa do fundo. Mas mesmo as análises fundamentalistas, no meu modo de ver, não substituem os resultados apresentados e, portanto, devem complementar a análise estatística, e não substituí-la.

Se a minha opinião de algo serve, aconselho sim o investimento, desde que seja mantida uma proporção significativamente inferior aos seus investimentos em bolsa de valores. Isso se deve não só pelo retorno esperado, mas principalmente pela correlação do fundo com os resultados da bolsa serem baixos, o que resulta em uma boa oportunidade de diversificação.

Anônimo 26 de janeiro de 2009 às 14:30  

Especulador Financeiro,

Pelo o que eu percebi em seus argumentos, espero que seja formado em Economia ou Estatística. Apesar de algumas opiniões postadas aqui, o ferramental matemático-estatístico é claramente uma boa fonte de informação.
No entanto, é preciso usar os modelos adequados de análise, todos desenvolvidos pela Teoria das Carteiras.
Em último caso, vou considerar que a sua observação voltava não só ao retorno, mas também à consistência dos resultados de um fundo, se volte à volatilidade por ele apresentada. Afinal, um investidor racional não quer apenas bons retornos, mas gostaria que esses retornos fossem o mais previsíveis possível.
Esse binômio risco-retorno é tratado por Markowitz e, mais tarde, por Sharpe. Juntos, eles chegam em um modelo, premiado pelo Nobel, conhecido como CAPM.

Em suma, temos que:
Re = Rf + B (Rm-Rf)
Tal que:
Re = retorno esperado de um ativo ou carteira de ativos diversificada
Rf = Retorno livre de rico (proxy SELIC)
Beta = Covariância (Carteira,Mercado)/ Var (Mercado)
Rm = Retorno do mercado (proxy Ibovespa - há ressalvas)
(Rm - Rf) = premio pelo risco

Assim, como vemos descrito pelo beta da equação, o CAPM prega que em um mercado eficiente, retornos maiores são conquistados a partir de riscos maiores. A avaliação de um fundo reside na superação desse binômio, ou seja, no fato de se conseguir, com um mesmo risco, maiores retornos, ou em se conseguir os mesmos retornos com menos riscos (leia-se volatilidade).
À habilidade (ou anomalia) de se conseguir retornos sem a contrapartida do risco é dada o nome de "seletividade", representada pelo indicador "Alpha Jensen":

Alpha = [Rf+B(Rm-Rf)] - Re

Outro indicador bastante usado para avaliação de carteiras é o Índice Sharpe:

Sharpe = (Re - Rf) / Desvio Padrão Fundo

O histórico de cotas, bem como o histórico do Ibovespa, pode ser encontrado no próprio site do Sparta. Aconselho a todos que façam seus próprios cálculos antes de formar sua opinião a respeito.
Pelos meus, o Sparta é pelo menos 2 vezes mais arriscado (leia-se desvio padrão duas vezes maior) do que a Bolsa, porém vem apresentando uma rentabilidade muito superior a essa.
É possível medir, de forma bastante simples e indutiva, não só a seletividade do fundo, mas também o seu timing, definido pela literatura como a capacidade do fundo em assumir maiores riscos em momentos de alta e de se proteger em momentos de queda, ou seja, de manipular o Beta da carteira.
Nesse aspecto o fundo também tem se destacado em relação a outros fundos.

É importante ressaltar, ainda, que nenhum indicador, sozinho ou em conjunto, substitui as observações feitas nos posts passados, em relação à análise qualitativa do fundo. Mas mesmo as análises fundamentalistas, no meu modo de ver, não substituem os resultados apresentados e, portanto, devem complementar a análise estatística, e não substituí-la.

Se a minha opinião de algo serve, aconselho sim o investimento, desde que seja mantida uma proporção significativamente inferior aos seus investimentos em bolsa de valores. Isso se deve não só pelo retorno esperado, mas principalmente pela correlação do fundo com os resultados da bolsa serem baixos, o que resulta em uma boa oportunidade de diversificação.

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