quinta-feira, 28 de junho de 2012

Vendas coletivas: o que seria e o que realmente é.

Neste post vou falar de sites de compras coletivas "legítimos", do seu modelo de negócio, forma de operação, e riscos. Não serão abordados golpes de sites falsos, roubo de dados, sites " clones", entre outros, pois fugiriam do tema proposto. Eu sei que o numero de golpes no mercado de compra coletiva é alarmante. Mas é facil prever isso, é uma tendência natural de onde o mercado aquecer, ter mais gente tentando aplicar golpes.


Se tornou popular de poucos anos para cá o surgimento de sites de venda coletiva onde se justificavam pela premissa de que comprando em quantidade, poderia-se obter grandes descontos junto aos fornecedores dos mais variados produtos ou serviços. De forma paralela a contrapartida para o fornecedor deste produto ou serviço seria uma ampla divulgação do seu negócio, uma forma de publicidade, e que desta forma incentivaria ainda mais ao fornecedor conceder descontos ainda maiores, dado que seu "custo" ao fornecer um produto ou serviço a um valor inferior do normalmente comercializado é considerado despesa com propaganda/divulgação.
No início do surgimento deste mercado as coisas aparentemente funcionavam de forma coerente com este modelo, o que atraiu um amplo leque de consumidores fiéis para esta modalidade de negócio. Ocorre que com o tempo, a clientela conquistada e a tentação de se extrair mais lucro de um modelo de negócio que apresentava lucratividade relativamente limitada, começaram os "desvios", o que era para ser um sistema que benificiaria os consumidores, acabou se tornando em alguns casos uma nova forma de "SCAM", ou seja, um tipo de "golpe". 

Existem algumas modalidades em que detectei isto sendo feito, abaixo descrevo as que foram até agora, as mais aparentes:

1. Alavancagem financeira. 
2. Venda "com desconto" de um produto que já não tinha custo algum. 
3. Venda de produtos com origem estrangeira, sem se responsabilizar pelos trâmites de importação.
4. Venda de serviços em quantidade impossível de ser atendida.
5. Pacotes de turismo
6. Imagens da oferta "irreais"
7. Estoques encalhados.

Com certa visibilidade e gozando de credibilidade, os sites de compra coletiva induzem implicitamente que seus parceiros são confiáveis, alguns também afirmam diretamente em partes de seus sites esta sua "preocupação".
1. Alavancagem financeira. O nome é auto-explicativo. Por exemplo, uma empresa sem escala ou iniciante, sem capital para fazer um bom estoque, oferece geralmente grande quantidade de produtos nestes sites, tentando obter o capital para usá-lo como capital de giro. Esta operação, se não é ilegal, devia ser. Voce se torna "credor" da empresa pelo simples ato de comprar 1 caneta BIC, por exemplo. Isso sem te avisarem, muito menos pedirem permissão. Com capital de giro a taxa 0% assim até eu, que sou bobo.
2. Venda "com desconto" de um produto que já possuia custo baixo ou nulo. Operadoras de celular espertinhas, vendendo celulares por R$ 0,01 em planos pós pago, sendo que já comercializam em suas lojas nesta modalidade regularmente. Este pega alguns inadvertidos.
3. Venda de produtos com origem estrangeira, sem se responsabilizar pelos trâmites de importação. Este é o mais problemático, e tem se tornado uma praga, até mesmo nos "grandes portais". Quem nunca ouviu falar do caso dos tablets? Voce dá o lance no produto, que geralmente colocam nas letras miúdas uns prazos surreais de entrega (60 dias, 90 dias...) sendo que em alguns prazos, sequer o cumprem. Quem já fez alguma compra por conta própria no exterior, sabe o quanto pode atrasar, o quando voce pode ser tributado pela alfândega, etc. Se voce faz uma compra em um site de compra coletiva no brasil, voce espera que seu produto venha, digamos, de Taiwan?
4. Venda de serviços em quantidade impossível de ser atendida. Título também auto-explicativo. A empresa desova o estoque que tem, e se vender mais, quem comprar que espere reposição. Já ocorreu algumas vezes, em vários portais.
5. Pacotes de turismo. E os pacotes de viagem oferecido geralmente por operadoras pequenas? Imagine uma agencia de viagem ter 4 funcionários e de repente vender 3 mil pacotes de viagem? Imaginou? O número de reclamações no site Reclameaqui.com.br que era zero, ja ocupa mais de DEZ páginas. Sem falar no problema logístico, convém citar outras reclamações comuns, como por exemplo reservas em hoteis "não tão bons como aparentavam na oferta", chegada no destino no exterior e verificar que a agência não efetuou sua reserva no hotel, dentro outros. São o tipo de história de terror, que qualquer um que vai viajar não quer.
6. Imagens da oferta "irreais". Alguns sites de compras coletivas, especialmente os pequenos, utilizam imagens "padrão" para divulgar uma oferta. Por exemplo, para uma oferta de rodizio japonês, colocam a foto de prato de sushi e sashimi. Ok, mas e a imagem do estabelecimento? É tão feio assim pra se esconder?
7. Estoques encalhados. Esta era inclusive a premissa de alguns destes, de que se comprometeria a não oferecer estoques "encalhados" de fornecedores. Mas que acabou não sendo cumprida com o passar do tempo. Porém em alguns casos pode até não ser um problema em si.
O modelo de compras coletivas mostrou ser interessante mas também deixou muito evidente a sua fragilidade. A falta de cuidado em algumas ofertas já se faz sentir na perda de confiaça com relação a algumas promoções. Uma marca que vale milhões hoje, caso fique com o nome manchado, pode passar a não valer nada amanha. Procure no facebook por exemplo, a pagina do site de compras, e repare a quantidade de pessoas em fúria postando reclamações. Vale lembrar, é praticada a venda de um serviço, algo abstrato em que a confiança é decisiva, e não um produto "físico". Ainda assim, alguns sites teimam em oferecer devolução de dinheiro em "créditos" no site. Isso é ILEGAL, e demonstra má fé da empresa, induzindo a erro o consumidor. Este é o tipo de atitude que faz se perder a confiança do cliente, que na próxima compra, irá certamente fazer a seguinte equação: "Se a oferta der errado, até quanto em valor financeiro eu não me importaria em trocar por créditos?" Os empresários já pensaram nisso?

Informações adicionais: http://www.tecmundo.com.br/comercio-eletronico/5995-como-funcionam-os-sites-de-compras-coletivas-e-quais-cuidados-devemos-tomar.htm 

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